sexta-feira, 11 de março de 2011

Registros no SPC sobem 10,23%

Brasília (AE) - A inadimplência do consumidor brasileiro caiu 4,99% em fevereiro ante janeiro deste ano, de acordo com o indicador elaborado pela Câmara dos Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil).
Segundo o documento divulgado ontem, a redução do número de devedores no segundo mês do ano decorre da queda no desemprego no início do ano, além do fraco movimento das vendas no período. A CNDL também destaca que fevereiro possui menos dias úteis, o que contribuiu para o resultado. Na comparação com fevereiro do ano passado, o número de registros no SPC aumentou 10,23% em fevereiro de 2011. “O índice nesse patamar sinaliza luz amarela, realmente. O varejo deve aumentar as exigências na hora de vender à prazo”, disse o presidente da CNDL, Roque Pelizzaro Junior.



De acordo com a pesquisa, o forte aumento se deve à fraca base de comparação, uma vez que o início de 2010 ainda era afetado pelos efeitos da crise econômica global, com baixo desempenho da economia. O indicador de vendas no comércio, normalmente divulgado junto com os dados de inadimplência, não aparece no documento divulgado hoje.

Consultas

O número de consultas ao Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) caiu 0,79% em fevereiro na comparação com janeiro, de acordo com os dados da CNDL. Segundo o documento, a pequena queda pode ser explicada pelo aumento do endividamento dos consumidores no início do ano com gastos escolares e tributos, além do fato de o segundo mês do ano ter menos dias.

Em relação a fevereiro de 2010, no entanto, as consultas ao SPC Brasil aumentaram 6,44%, já que o início do ano passado ainda era marcado pelos efeitos da crise econômica mundial, com menor atividade econômica. Já os cancelamentos de registros caíram 12,41% em fevereiro em relação ao mês imediatamente anterior. Segundo a CNDL, neste período do ano normalmente os consumidores deixam de priorizar o pagamento de dívidas em atraso em função de matrículas escolares e tributos como IPVA e IPTU.

Na comparação com fevereiro de 2010, porém, a quantidade de consumidores que “limparam” o nome aumentou 10,52%. A diminuição dos valores dos endividamentos é um dos fatores que facilita a quitação das dívidas.

Confiança do consumidor volta a cair

São Paulo (AE) - O otimismo dos consumidores quanto ao crescimento da economia brasileira caiu em fevereiro pelo segundo mês consecutivo, chegando ao patamar dos 157 pontos. É o que aponta o Índice Nacional de Confiança (INC), calculado pela Associação Comercial de São Paulo (ACSP) e pelo Instituto Ipsos. O indicador sofreu uma redução de 4 pontos em comparação a janeiro deste ano, quando alcançou 161 pontos, o segundo melhor nível da série histórica da pesquisa, iniciada em abril de 2005. O melhor desempenho do índice foi observado em dezembro do ano passado, quando chegou a 163 pontos. O resultado em fevereiro representa uma alta de 9 pontos sobre o observado no mesmo mês de 2010, que foi de 148 pontos.

O índice de confiança é calculado com base em mil entrevistas realizadas em nove regiões metropolitanas do País e varia de 0 a 200 pontos. Os resultados acima de 100 pontos representam otimismo e abaixo desse valor pessimismo. O desempenho do indicador em fevereiro caiu em todas as regiões do País, com exceção do Sul. O Norte e o Centro-Oeste, que em janeiro estavam em 200 pontos, caíram para 178 pontos, assim como o Sudeste, que passou de 168 para 160 pontos. A região Nordeste, a menos otimista, chegou ao patamar dos 123 pontos, uma queda de 12 pontos em comparação a janeiro. O Sul, por sua vez, registrou alta de 8 pontos no período, atingindo 175 pontos.

Em fevereiro, a classe C apresentou queda substancial na comparação com janeiro no otimismo quanto à economia brasileira, com baixa de nove pontos, chegando a 157 pontos. Ainda assim, essa faixa de renda segue na liderança do otimismo. Os economistas da Associação Comercial justificam a queda do otimismo em consequência ao aumento da taxa de juros para a pessoa física no período. O otimismo das classes A/B permaneceu praticamente estável em fevereiro ante janeiro, que passou de 155 para 156 pontos. Já a confiança das classes D/E teve oscilação negativa de 2 pontos, registrando no mês passado 144 pontos.

O Índice Nacional de Confiança aponta ainda que a maior parte dos brasileiros consultados segue confiante quanto à oferta de emprego no mercado (46%) e tem a intenção de fazer compras neste início de ano, com destaque para os eletrodomésticos (47%).

Inadimplência tornará crédito mais restritivo

Brasília (AE) - O aumento de 10,23% na inadimplência no varejo em fevereiro na comparação com o mesmo mês do ano passado deve deixar os lojistas mais exigentes na hora de conceder crédito aos consumidores. A avaliação é do presidente da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas (CNDL), Roque Pelizzaro Junior. Segundo ele, porém, o aumento dos registros também está relacionado ao crescimento de mais de 11% nas vendas a prazo no natal do ano passado. “Se o crescimento da inadimplência fosse analisado de forma isolada seria muito mais preocupante, mas os registros em fevereiro se devem a compras realizadas em dezembro”, completou.

Diante desse cenário, Pelizzaro prevê que o registros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) em março devem ser menores do que foram em fevereiro. “Março também deve ter vendas maiores, porque tem mais dias. Por outro lado, há o efeito carnaval, que paralisa as vendas do país durante cinco dias”, ponderou. Segundo o dirigente, o crescimento de 6,44% na consultas ao SPC em fevereiro na comparação com o mesmo mês de 2010 indica um aumento nas vendas a prazo no período, parte delas relacionadas com a compra de materiais escolares. Além disso, devidos aos compromissos de início do ano, muitos consumidores preferem ficar com dinheiro no bolso e parcelar suas compras.

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