quinta-feira, 7 de abril de 2011

Governo volta ampliar o IOF a recurso externo



Fernanda Bompan


São Paulo - O ministro da Fazenda, Guido Mantega, anunciou no início da noite de ontem a ampliação da cobrança de 6% do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) incidente sobre empréstimos de bancos e empresas brasileiras no exterior com prazo inferior a 720 dias. Semana passada o governo havia tornado a cobrança obrigatória para as operações inferiores a 360 dias. O objetivo de ambas as medidas é conter a entrada de dólares no País, e assim evitar uma maior valorização do real.

"O objetivo é reduzir o ingresso de dólares no Brasil e evitar uma valorização excessiva do real. Estamos ampliando a cobrança do IOF de 6% para tomada de crédito no exterior por parte de bancos e empresas brasileiras que tomarem esse crédito por um prazo inferior a dois anos. É para desencorajar a tomada de crédito no exterior para prazos mais curtos", disse Mantega.

Até agora, as medidas tomadas pelo governo praticamente não fizeram efeito. O Banco Central informou ontem que as entradas de dólar superaram as saídas em US$ 35,59 bilhões no primeiro trimestre deste ano. O saldo positivo do fluxo cambial no Brasil no período superou em 46,2% o ingresso líquido de moeda estrangeira em todo o ano passado e foi mais de dez vezes maior do que o registrado nos três primeiros meses de 2010. O BC também informou que as apostas dos bancos nacionais na valorização do real diminuíram para US$ 8,83 bilhões, ante US$ 12,70 bilhões registrados em fevereiro.

A notícia que circulou à tarde de que Mantega divulgaria novas medidas para segurar a queda do dólar no início da noite prejudicaram principalmente a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa). O principal índice do mercado brasileiro fechou o pregão de ontem em queda de 1,15%, aos 69.036 pontos. Durante o dia, o Ibovespa chegou a perder os 69 mil pontos, mas se recuperou no final.

Toda a incerteza sobre a economia, também no mundo, provoca procura maior por ouro. Ontem a cotação do metal fechou em novo patamar recorde em Nova York: o preço do contrato futuro do ouro para junho negociado na Comex subiu US$ 6,00, ou 0,41%, e encerrou em cotação recorde de US$ 1.458,50 por onça troy.

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