sexta-feira, 1 de abril de 2011

Servidores reclamam de decisão do CNJ que altera horário no Judiciário


Servidores do Judiciário mineiro reclamaram da resolução do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), que determinou que tribunais e demais órgãos jurisdicionais de todo o país tenham horário de atendimento ao público de 09h às 18h. A decisão foi tomada nesta terça-feira, em sessão plenária, e altera uma resolução do próprio CNJ, publicada em 2009, que determinava a jornada de oito horas por dia para os servidores do Judiciário, mas não entrava na questão do horário de atendimento. Dessa forma, cada tribunal adotava um expediente próprio. Segundo o CNJ, o ''caráter nacional'' do Poder Judiciário justifica a padronização do horário de funcionamento para todos os órgãos.

Em Minas Gerais, a resolução vai afetar quase 300 comarcas e cerca de três mil varas, já que a maioria funciona para atendimento externo de 12h às 18h. A reclamação dos servidores da primeira instância é que a mudança no horário não vai agilizar nem melhorar o atendimento que é feito atualmente, pois o aumento no expediente não será acompanhado do aumento na estrutura das varas e comarcas. "Acreditamos que vamos descobrir um santo para cobrir outro, trocar seis por meia dúzia. Essa é a primeira impressão'', afirma Luiz Fernando Pereira Souza, presidente do Sindicato dos Servidores da Justiça de Primeira Instância de Minas Gerais (SERJUSMIG).
Ele afirma que, atualmente, as varas e comarcas só atendem o público externo à tarde porque na parte da manhã os funcionários fazem atendimento interno. Com a mudança do horário, haverá somente um deslocamento de funções. ''Não adianta o advogado entregar uma petição de manhã porque não vai ter ninguém para juntá-la até o fim da tarde. O número de servidores é pequeno e, nos últimos doze anos, o número de processos quadruplicou'', afirma Souza. Neste fim de semana, representantes do Serjusmig irão se reunir com os sindicatos de outros estados para avaliar se irão contestar a medida do CNJ.

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