terça-feira, 5 de abril de 2011

Médicos e planos param atividades


Os profissionais denunciam que nos últimos dez anos, os reajustes dos honorários médicos foram irrisórios

Nesta quinta-feira, 7, Dia Mundial da Saúde, médicos de todo Brasil que atendem por planos de saúde anunciam que irão paralisar suas atividades. No Ceará, a categoria aderiu ao movimento e também promete cruzar os braços. Apesar de não saber o número de profissionais que vão aderir o movimento, o Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec) garante que a urgência e a emergência continuarão funcionando normalmente.

Foi o que ficou acertado ontem, durante reunião realizada entre representantes da Unimed, Camed e Hapvida, Sindicato dos Médicos do Ceará e a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), na sede da Secretaria de Defesa do Consumidor (Procon Fortaleza).

Usuários com consultas marcadas para esta quinta-feira deverão ter a consulta remarcada para o prazo máximo de cinco dias após a paralisação. Àqueles com consultas particulares marcadas para o dia 7 receberão o ressarcimento integral do valor. É o que afirma o secretário do Procon, João Ricardo Vieira. "Os usuários que se sentirem prejudicados devem procurar o Procon, para que seja aberto procedimento", alerta.

Algumas das reivindicações da categoria são: reajuste de honorários e regularização dos contratos entre operadoras e médicos, conforme a resolução da Agência Nacional de Saúde (ANS) Nº 71/2004. Profissionais denunciam que o reajuste dos honorários estão abaixo da inflação dos últimos dez anos. Eles se queixam ainda que os planos de saúde interferem na autonomia dos médicos.

"Eles negam a prescrição de medicamentos de alto custo, interferem no período de internação pós operatório, limitam o número de exames, dizem que a doença do usuário é preexistente. Tudo isso prejudica a autonomia e a qualidade do atendimento", diz José Maria Pontes, presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará (Simec).

Contratos

Outra reivindicação é com relação a regularização dos contratos com as operadoras, que não incluem cláusulas de periodicidade e nem critérios de reajustes. Anastácio Queiroz, advogado da Unimed, declarou ontem, durante a reunião no Procon, que a paralisação é um direito legal, mas que tem que ser ponderado o que é mais importante: "o direito à paralisação ou o direito à saúde, à vida?".

Luciano Nunes, diretor de promoção e assistência à saúde da Camed, acredita que apenas 20% dos profissionais irão ceder ao movimento. Existem atualmente no Brasil 347 mil médicos. Destes, 160 mil atuam na saúde suplementar. São ao todo, 1.044 operadoras de planos de saúde em todo País.

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