sábado, 12 de fevereiro de 2011

A Universidade e o Método Científico

por: FELIPE HORT
GABRIEL DE OLIVEIRA
DIOMAR GILBERTO DE SOUZA JUNIOR




1 INTRODUÇÃO

A universidade está atrelada a termos como cultura, ciência, ensino superior, pesquisa, método científico, etc. Porém qual o papel da Universidade? Será o de qualificar os mais aptos para as distintas profissões ou melhorar a qualidade do saber? Segundo Wanderley (1986), estas interrogações apresentam amplos dizeres.
Como tais centros educacionais se comportaram ao longo da história? Quando a influência religiosa deu lugar a científica?
Discutiremos estas interrogações com demais pesquisadores, assim entenderemos como a universidade conciliou alicerces clássicos aos modernos e atuais.

2 A EDUCAÇÃO NA UNIVERSIDADE

É comum ouvirmos falar de Sócrates, Platão, Aristóteles, Tales de Mileto, Pitágoras, etc., porém como noções destes filósofos, ainda em pleno século XXI, são ensinadas em nossas universidades? Afinal, qual o conceito de EDUCAÇÃO?
Cotrin e Parisi em “Fundamentos da Educação” (1979) salientam que o homem, como qualquer outro animal, possui instintos, mas volumosa parte do seu comportamento deriva da capacidade do aprendizado.
Este aprendizado possui duas fontes básicas: a experiência individual, que guia a uma descoberta e a transferência de conhecimentos de indivíduo para indivíduo. O exercício desta capacidade de aprender com experiências dão origem ao o que chamamos de educação.

3 A UNIVERSIDADE NA HISTÓRIA

A Antiguidade Clássica foi tão formidável que “ A herança cultural dos antigos gregos empolga os homens do mundo inteiro, atraindo anualmente para Atenas milhares de turistas” [...] (Cotrin e Parisi, 1979, p.701).
Nesse contexto histórico, afirma Wanderley (1986), as universidades herdaram bases de ensino do mundo greco-romano, porém foram assumindo feitio específico na situação religiosa do Oriente Islâmico e do Ocidente Cristão medievais.
Os europeus da Idade Média proporcionavam aos seus acadêmicos o Trivium e o Quadrivium, que eram cursos preparatórios oferecidos pelas universidades da época.
“O Trivium, considerado o ensino literário, abrangia as matérias de gramática, retórica e lógica [...] o Quadrivium, considerado o ensino científico, abrangia o estudo da aritmética, geometria, música e astronomia”. [...] (SOUZA, GÖCKS e ARASAKI, 2008, p.6).
Para Souza, Göcks e Arasaki (2008) nessa época – A Idade Média – as melhores escolas recebiam o título de Universidade. Somente as universidades com maior nível de ensino recebiam da Igreja o título de Studium Gerale.
Wanderley, em 1986, vai mais além dizendo que, os chamados Studia Generalia eram espaços aonde os estudantes vinham de todas as partes com o propósito de terem o direito de ensinar ou conferir graus, porém teriam de possuir um aval do Papa, do rei ou do imperador local.
Algumas características das universidades medievais podem ser apontadas: por seu conservadorismo, suas polêmicas teológicas, o espírito universalista dos professores italianos, as aulas orais, a defesa da tese no final dos cursos, etc.
Por tais características, três idéias marcam bastante presença à Universidade: comunidade, imunidade, e universalidade.


3.1 AS UNIVERSIDADES PIONEIRAS

Sobre a fundação das primeiras universidades, muitos autores possuem datas diferentes. As mais antigas universidades segundo Souza, Göcks e Arasaki (2008) são:
• 1080: 1ª Universidade Européia, na Itália, Universidade de Bolonha.
• 1158: Ano de fundação da Universidade de Paris.
• 1167: Ano de fundação da Universidade de Oxford, Inglaterra. (, 2008).

3.2 UM NOVO PAPEL PARA A UNIVERSIDADE

Segundo Souza, Göcks e Arasaki (2008), com o florescimento do Renascimento, tendências da arte, da literatura, e das ciências brotam. Uma nova fundamentação no caráter de universidade passou a existir, natural do racionalismo científico e não mais dos dogmas sacros.
Esse novo estilo de enxergar o mundo vem com Galileu, Kepler, Copérnico, e Giordano Bruno.
Nesse contexto, as Universidades recebem novos modelos, tendo assim um papel mais integrador com a sociedade.
• A Universidade como centro de pesquisa
A primeira Universidade a implantar esse modelo foi a de Humbold – Berlim – Alemanha, “[...] defendia “a autonomia especulativa do saber”, onde professores e estudantes tinham a liberdade de escolher seu plano de ensino e investigação [...]”. (SOUZA, GÖCKS e ARASAKI, 2008, p.11).
• A Universidade na formação de profissionais
Voltada a educar profissionais no ramo principalmente industrial, a Universidade de Paris tinha característica positivista do modelo francês.
• Universidade como centro do saber universal, da criação e difusão da cultura.
“Representada pela Universidade de Dublin, na Irlanda, fundada em 1.881, pelo Cardeal Newmann [...].” (SOUZA, GÖCKS e ARASAKI, 2008, p.11).
• Universidade da Ciência e Tecnologia
O Japão é um dos países com um dos melhores índices de utilização da ciência e da tecnologia.
Esses modelos de universidade são encontrados até hoje, ditando o papel de cada instituição no meio social

3.3 A UNIVERSIDADE NO BRASIL

“O Ensino Superior no Brasil tem início em 1808, com a vinda de D. João VI quando [...] funda as primeiras Escolas Superiores, uma no Rio de Janeiro e outra na Bahia”. (SOUZA, GÖCKS e ARASAKI, 2008, p.11)
O modelo de educação superior, trazido por D. João, tornou-se obsoleto com a Semana de Arte Moderna de 1922. O mundo respirava, agora, o modernismo. Assim a educação acompanhou essa modernidade de ensinar, logo teve início o movimento da Escola Nova.
Por uma escola pública universal e gratuita, o movimento da Escola nova lutava. No entanto só em 1931 com Francisco Campos que o modelo colonial passa a receber maior influência européia.
As universidades, ao longo da história do Brasil, sempre foram comandadas pelo Estado, isso explica a difícil missão de modernização.
Em 1960, o movimento estudantil estava em alta. Os estudantes reivindicavam por um ensino público universitário e de qualidade.
Após muitas manifestação e reformas educacionais, como as que ocorreram em 1961, 1968, 1996, a luta por um ensino superior de qualidade e gratuito continua.

4 MÉTODO CIENTÍFICO

“A Ciência é vista como um conjunto de conhecimentos definitivamente estabelecidos, que descrevem com precisão quantitativa os fatores observados [...].” (GEWANDSZNAJDER, 1989, p.11).
Seguindo este ponto de vista de Fernando Gewandsznajder, 1989, o método científico consiste em um conjunto de regras que nos permite adquirir um apurado conhecimento acerca da realidade. Logo, a ciência é um conhecimento hipotético, sempre capaz de ser questionado.

1.1 A ORIGEM DO MÉTODO CIENTÍFICO

Na concepção de Fernando Gewandsznajder o método cientifica nasceu das profundas mudanças na forma do homem ver a si e o mundo. O modelo de pesquisa nascido na Europa no século XIX, só foi introduzido na América Latina após a 2ª Grande Guerra.

4.2 CARACTERÍSTICAS DO MÉTODO CIENTÍFICO

Adotando ainda tais alicerces de Gewandsznajder, uma das características básicas do método científico é a tentativa de sanar dificuldades por meio de suposições, vindas da formulação de algumas hipóteses, são examinadas através de observações e experiências.



4.3 ELEMENTOS DO MÉTODO CIENTÍFICO

Fernando Gewandsznajder é fatídico em dizer que o método científico é composto dos seguintes elementos:
• Caracterização - Quantificações, observações e medidas.
• Hipóteses - Explicações hipotéticas das observações e medidas.
• Previsões - Deduções lógicas das hipóteses.
• Experimentos - Testes dos três elementos acima.

5 CONCLUSÃO

Muitos dizem que a educação vem de berço, porém é na escola que o aluno se identifica em aprender coisas novas.
A curiosidade e o gosto pelo saber mais trouxeram à raça humana mais autonomia e novos horizontes. Autonomia e novos horizontes que fez do homem um animal pensante em busca de novos ideais e no alcance de tudo o que deseja.
O que a ciência fez foi analisar, entender e sistematizar conhecimentos descobertos pelo homem, através do método científico.
Entrar para a universidade traz aos calouros, como nós, uma nova visão de mundo, muito diferente dos ideais educacionais da educação básica.
Finalizando este trabalho, podemos concluir quanto importante foi o invento da universidade e a participação científica para o desenvolvimento da sociedade.

REFERÊNCIAS

COTRIN, Gilberto Vieira; Parisi, Mário. Fundamentos da Educação. 2. ed., São Paulo: Saraiva; 1979.
GEWANDSZNAJDER, Fernando: O que é método científico. 2. ed., São Paulo: Pioneira; 1989.

ARASAKI, MSc. Yara Maria Vieira; GÖCKS, MSc. Nara Maria Kunh; SOUZA, Dr. Carlos Alberto de: Metodologia Científica, Brusque; 2008.

WANDERLEY, Luiz Eduardo, Waldemarim: Que é universidade, o; 6. ed., São Paulo: Brasiliense; 1986.

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